QUE POSSO EU ESPERAR? (Salmo 39,8)
Entre 3 e 11 de novembro, decorre a Semana de Oração pelos Seminários. Uma semana especial, onde todos, comunidades, famílias e cada um pessoalmente, dá atenção a uma parcela da Igreja, que é imagem de um tempo e de uma nova realidade. Não é novidade para ninguém que há menos candidatos ao sacerdócio, menos seminaristas, menos seminários.
Se os números criam impacto, pela negativa ou pela positiva, o lema proposto para este ano: “Que posso eu esperar”, situa-nos numa outra direção.
Sem nos distanciarmos dos desafios, que muitas vezes nos levam a traduzir, a espera ou o esperar, por aguardar, estamos convidados traduzir a espera por esperança. Não esperar que aconteça, mas lutarmos e confiarmos que possa acontecer. Este é um movimento que o salmista constrói n’Aquele que é capaz de fazer acontecer, por isso, acrescenta o salmo 39: “a minha esperança está no Senhor”, num Senhor que não nos abandona.
Todos rezamos, mas precisamos de nos empenhar, para que a Esperança traga mais vocações sacerdotais. Não desistimos, nem nos rendemos, diante da aridez que experimentamos.
Daí que a nossa esperança tem que explorar novos formatos, novos acompanhamentos, novas possibilidades, um futuro novo para um tempo novo.
Contamos com o Senhor Jesus, que nos ama e em quem colocamos a nossa esperança. É Ele que nos há de inspirar, que nos há de transformar e que entusiasmará mais jovens para este serviço ministerial na Igreja.
Mas Jesus também conta com a nossa ambição e a nossa aventura, arriscando mais e percorrendo novos modelos, sem medo e com muita confiança. Se não esperamos nada, continuamos amarrados ao desânimo e à derrota. Tal estado impede de nos levantarmos e sobretudo não permite que muitos outros jovens queiram fazer a experiência de Seminário e encontrar no sacerdócio, o seu futuro e a sua esperança.
Na catequese, nos acólitos, nos leitores, nos cantores, as comunidades não poderão provocar pessoalmente esta questão: “Que posso eu esperar?”. Agradecemos o contributo precioso e criativo da Arquidiocese de Braga, na oferta dos materiais para esta Semana de Oração pelos Seminários Diocesanos. Como Maria, a Mãe de Jesus, o jovem nazareno, não nos podemos demitir de fazer o possível, para que Deus faça o impossível.
Como Maria esperamos, não como quem aguarda passivamente, mas como quem alimenta a esperança de que tudo pode acontecer, deixando-nos transformar pelas dificuldades.
Que Maria, a Mãe de todos, cuide das nossas equipas formadoras e dos nossos seminaristas, sempre abertos à Esperança, que é Seu Filho, Jesus, mais forte que o desânimo e a indiferença.
† Vitorino Soares
Presidente da Comissão Episcopal Vocações e Ministérios
Subsídios pastorais
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